Elas estudam, trabalham, se divertem, têm filhos ou não, vivem intensamente seus ciclos, têm sonhos, amores e dores, muitas dores. As mulheres enfrentam no dia a dia uma tripla jornada de trabalho, exaustiva, que além de não ser reconhecida pela sociedade, é inferiorizada.
Para o novo governo federal, as mulheres devem se colocar disponíveis apenas para servir e obedecer. O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, criado pela atual gestão, é presidido por uma mulher, no entanto, as propostas criadas pela pasta seguem uma linha conservadora, que não representam a diversidade dos 51,01% da população feminina do país.
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Em todo o país, as mulheres trabalham mais que os homens e recebem menos por isso, elas seguem recebendo cerca de ¾ do que os homens ganham monetariamente, além disso, se dedicam aos cuidados de pessoas e/ou afazeres domésticos cerca de 73% a mais de horas do que os homens (18,1 horas contra 10,5 horas), exercendo um trabalho não remunerado, de acordo com a PNAD-2016.
Em fevereiro, o governo federal apresentou uma nova proposta para a Reforma da Previdência, ainda mais perversa que o texto de Michel Temer, que se aprovada, significará a extinção da aposentadoria no Brasil.
Não é nova reforma, é a VELHA POLÍTICA de retirar dos pobres e dar para os ricos.
O governo afirma que existe um rombo crescente nas contas públicas do INSS, causado pelas aposentadorias e benefícios e que é preciso enxugar o Estado. Isso não é verdade! Bancos e grandes empresas possuem dívidas altíssimas com a Previdência Socialque foram perdoadas pelo governo e agora querem que essa conta seja paga pelos trabalhadores e trabalhadoras, sacrificando ainda mais os pobres com mais tempo de trabalho e de contribuição e com valores abaixo do salário mínimo, que já é ínfimo.
A Reforma impõe aos povos do campo a mesma proposta feita para os demais trabalhadores e trabalhadoras, sem observar as especificidades desse grupo social. Nesse contexto rural, as mulheres serão as mais prejudicadas, pois de acordo com a proposta, a idade mínima passará de 55 para 60 anos, sendo a mesma para os homens. A contribuição passa a ser direta e sabe-se que, no campo, as mulheres pouco possuem ou, na maioria dos casos, não possuem renda alguma. Além disso, em caso de viuvez, o benefício não poderá ser acumulado, como já ocorre atualmente, e até o auxílio-doença e o auxílio-maternidade serão retirados.
É UMA PROPOSTA INJUSTA, PERVERSA E DESUMANA!
A história nos diz que a mobilização e resistência da classe trabalhadora, sobretudo das mulheres, garantiram nossos direitos ao longo do tempo. Não será diferente agora. Unidos não nos calaremos e não permitiremos a aprovação de tamanha injustiça contra os povos da cidade e do campo.
NÃO DESANIMEMOS! JUNTAS E JUNTOS LUTAREMOS!
Hoje em Teresina as mulheres camponesas do MPA, MST, MAB E FAF, iniciam as mobilizações em Teresina com o lema: Mulheres na luta contra a violência por direitos, soberania e previdência e contra o feminicidio.
FOTO: MPA
“Nós mulheres camponesas ligadas a vários movimentos sociais estamos em luta nesse oito de março contra a aguda violência sistêmica, capitalista e patriarcal praticada contra as mulheres do campo e da cidade e que ameaçam as diversas formas de vida, de produção, de trabalho e as economias camponesas. E nesse sentido, Teresina, mais uma vez é palco de luta das mulheres, do campo e da cidade, por isso nesse dia 7 iniciam as mobilizações com os temas da Regularização fundiária no Piauí. Que poderá permitir aos grileiros de terras públicas do Estado regularizarem em pouco tempo essas terras deixando condenados da terra milhares de famílias camponesas. Por isso os Movimentos da Via Campesina e a Fetraf estarão ocupando o INTERPI nesse dia 07 de março para dar continuidade aos diálogos de inserção dos pontos acordados pelos povos do campo das águas e das florestas, e que foram contruído por 17 organizações em janeiro.” -Via Campesina-PI
ATOS DE MULHERES EM MARÇO /2019 NO PIAUÍ
- Dias 07 e 08 :Mulheres na luta contra a violência por direitos, soberania e previdência. organizada pela Camponesas do MPA, MST, MAB E FAF. Audiência com Interpi e SDR, as mesmas permanecem em acampamento e amanhã se juntam as mulheres da cidade em grande ato.
- Dia 08: ATO CONTRA O FEMINICÍDIO( Marcha Unificada das mulheres)- Teresina-PI, organizada pela Frente Popular: Mulheres da sociedade, movimentos sociais do campo e da cidade se unirão às 16h na praça D.Pedro II em caminhada pelas ruas da cidade.
- Dia 08: ATO PUBLICO EM DEFESA DOS DIREITOS DAS MULHERES, PELA MANUTENÇÃO DA DEMOCRACIA E DOS DIREITOS PREVIDENCIÁRIOS: Acontecerá em União-PI, às 08h, concentração na sede do Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais e caminhada pelas ruas da cidade.
- Dia 22: MARCHA REGIONAL DAS MARGARIDAS: Organizada pela FETAG-PI; Em preparação à MArcha Nacional das Margaridas.
- Dia 23: Encontro de Mulheres em União: NÃO A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER, organizado pela CPT PI. Discussão sobre as violências sofridas pelas mulheres, sobretudo as do campo.
Texto e Imagem: CPT Piaui