O Dia Nacional de Formação, que acontece em 22 de junho, dia da Fundação da CPT no Brasil, é a data em memória das lutas e da vida dos Povos do Campo e celebração da opção radical que a CPT faz, estar sempre junto aos últimos e penúltimos. Todos os anos neste dia as CPT’s do país se mobilizam com agentes voluntários e camponeses dentro de seus regionais para estudar um tema específico sobre as lutas campesinas. Um momento de celebração das re-existências camponesas, mas também de encontro e de reafirmar a atuação política da CPT.

Diante do período em que vivemos de pandemia e isolamento social, este ano, a CPT Piauí assume essa data do dia 22 de Junho ainda com maior ênfase e realiza uma formação virtual a partir das 10h, aberta para agentes, articuladores e camponeses (as), sobre violência de gênero, com o tema: “O costume da violência contra a mulher – Homens e Mulheres repensando relações”, o momento  será uma construção coletiva coordenado Mercês Alves, agente conselheira da CPT Piauí e Pedagoga da Terra.

A violência contra a mulher tem se alastrado durante esse período de isolamento social. O machismo não para nem faz quarentena. Essa é uma discussão antiga, mas super necessária para os dias atuais em que além das milhares de mortes por COVID-19, ainda temos as mortes por feminicídio que continuam em níveis alarmantes. O machismo é estrutural e estabelece uma relação histórica de poder do homem contra a mulher, “a maior vítima do sistema opressor é a mulher, ela é quem paga mais por isso. Percebe-se essa violência pela vulnerabilidade que muitas mulheres se encontram na companhia de agressores” afirma, Mercês Alves.

Ela diz ainda que “a questão de gênero muda constantemente conforme as ações da sociedade e do tempo, e sua relação na maioria das vezes é de poder no decorrer da história. Assim, precisamos analisar e buscar meios para uma valorização das diferentes maneiras e ações das pessoas na sociedade. É preciso desconstruir esse padrão de sociedade, de que o homem pode isso e a mulher só pode aquilo”.

Dialogar sobre gênero, propor e construir uma mudança de comportamento em homens e mulheres é fundamental para melhorarmos as relações e transformarmos a nossa sociedade.