Cerca de 30 pessoas, entre estes jovens e adultos participam, a partir desta sexta (28) do Ciclo de oficinas de Comunicação e Mobilização Social que visa usar a comunicação para sensibilização da sociedade contra a prática do trabalho escravo no estado. As oficinas são realizadas em parceria da CPT com o Instituto Ubiqua do Piauí e se dará em formato virtual em cinco etapas de construção coletiva e troca de experiências, utilizando a metodologia de tempo comunidade.
A coordenadora da CPT Piauí, Joana Lúcia, fala como o aumento do desemprego e a informalidade fortalece a vulnerabilidade dos trabalhadores ao aliciamento. “A informalidade tem crescido e com ela, os riscos de trabalho escravo, grandes empresas chegam aqui no estado e aliciam os trabalhadores com grandes promessas e em uma situação de precariedade como a que temos no estado, as pessoas tendem a acreditar e terminam sendo escravizados”.
Participam da oficina representantes dos grupos e comissões de prevenção ao trabalho escravo dos municípios de União, Barras, Porto, Campo Largo e Currais. A oficina quer construir elementos de comunicação a partir das comunidades, apresentando a realidade dos municípios e a realidade que vem das vivências dessas pessoas.
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Agente da CPT no municipio de União, Aurineide Camilo, relata que a migração forçada pela conjuntura atual e a pandemia do novo corona-vírus são os maiores motivos dos quais os trabalhadores continuam a sofrer com essa prática nociva. “Hoje mesmo, eu vi uma matéria a nível de Piauí que 8 ônibus saíram de Jaicós para cidades de São Paulo para trabalharem na colheita de laranja. Quando se fala de trabalho escravo, sempre se fala em migração, são coisas que andam juntas. De qualquer maneira, são trabalhadores do Piauí que migram e se eles se sujeitam a sair de sua terra durante a pandemia é porque eles não estão tendo como sobreviver, assim, se submetem a serem escravizados, essa campanha deve chegar até essas pessoas, para que elas entendam os riscos e não caiam nessa mazela”.
A perspectiva das oficinas é de que a temática do trabalho escravo seja cada vez mais difundida para que as pessoas conheçam seus direitos e que novas pessoas, sensibilizadas, possam gerar maior transformação.
CPT Piauí