O plano municipal de prevenção ao trabalho escravo é uma proposta da Comissão do município de União-PI como estratégia na luta contra essa prática perversa, ainda muito recorrente no município. Infelizmente não é uma prática fácil de ser denunciada, no entanto a Comissão atua de modo a fortalecer as políticas públicas em favor dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras.
Na tarde do dia 10 de Junho, a comissão de união, representantes do STTR-Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais e vereadores do município participaram de um encontro na igreja da comunidade Bela Fonte para discutirem a proposta do plano municipal de prevenção ao trabalho escravo.
Foi feito uma breve apresentação do trabalho da CPT no município e em seguida o plano foi apresentado aos presentes, incluindo os dois vereadores do PT (partido dos trabalhadores). Os mesmos ficaram entusiasmados com a proposta e se comprometeram em contribuir para o avanço da aprovação e implementação do plano no município. “É uma proposta concreta, criada coletivamente e que vem da base, vem das comunidades”
Os participantes da comissão, enfatizaram que o trabalho é coletivo e que já estão atuando nesse projeto há um tempo considerável. “Desde 2019 a comissão tem articulado, grupos e comunidades locais para discutirem e buscarem estratégias conjuntas para serem acrescentadas ao plano” – Aurineide Camilo.
“A pandemia do novo corona vírus atrapalhou o processo de articulação com o poder público, bem como a mudança de gestão municipal que houve ainda, final de 2020, mas agora estamos retomando esse diálogo”, afirma Genivaldo, membro da Comissão.
Somente nesse inicio de 2021 essa articulação está sendo retomada. Como estratégia para esse retorno na articulação, o diálogo com os vereadores sensíveis à causa será de grande importância para agilizar esse processo.
Como apresentação foi realizada uma leitura do plano de forma coletiva onde os vereadores puderam, ainda, contribuir e incluir algumas sugestões.
Um dos problemas identificados foi a dificuldade de acesso a internet das comunidades rurais para assistir as aulas que estão sendo realizadas em formato virtual. Situação que ficou mais exposta durante a pandemia e o isolamento das famílias em suas comunidades.
Os vereadores se colocaram disponíveis para contribuir e serem essa ponte de acesso à câmara e prefeitura da cidade.
Pedro Laurentino, Presidente do STTR, reforça a importância do projeto no combate à prática do trabalho escravo no município, “a população precisa cada vez mais se unir, precisa fazer alguma coisa para combater isso… o trabalho escravo ainda existe no nosso município, mas o sindicato tem dificuldades de identificá-lo e denunciar, devido a desinformação dos trabalhadores e a repressão que eles sofrem… Esse projeto pode dar um incentivo para isso por que é a partir de uma organização da comunidade”.