A segunda edição do II Seminário Matopiba é resultado da parceria entre movimentos e organizações populares do campo piauiense com a Universidade Federal do Piauí (UFPI).
O II Seminário Matopiba “Perspectivas Populares”, realizado de 14 a 16 de fevereiro no Campus Professora Cinobelina Elvas da UFPI, no município de Bom Jesus, distante 635 quilômetros da capital Teresina.
Organizado pela Comissão Pastoral da Terra no Piauí (CPT-PI), Rede Social de Justiça e Direitos Humanos, e Núcleo de Agroecologia do Vale do Gurguéia (NAGU) da UFPI, o encontro reuniu cerca de 250 pessoas vindas das comunidades piauienses, estudantes e membros da instituição federal de ensino, assim como integrantes de movimentos e organizações do campo. Também participam do Seminário representantes da Defensoria Pública da União, o juiz da Vara Agrária do Estado, e membros do Governo do Estado.
“Esperamos que o evento seja um espaço de partilha dos povos e comunidades tradicionais do Piauí, e também de denuncia das violações que estas pessoas estão sofrendo no Matopiba”, pontua Franzé Rocha, agente da CPT, que acrescenta ainda: “A nossa ideia é discutir o projeto do Matopiba a partir da visão das comunidades, como foi no primeiro evento”.
Na programação, além dos estudos sobre o Matopiba, apresentações culturais, partilha de experiências do povo que vive no campo e uma feira são espaços de construção coletiva dos povos do campo
O que é o Matopiba?
O Plano de Desenvolvimento Agropecuário (PDA) do Matopiba foi criado oficialmente em 6 maio de 2015 pela ex-presidenta Dilma Rousseff (PT) e pela ex-ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, com o objetivo de “promover e coordenar políticas públicas voltadas ao desenvolvimento econômico sustentável fundado nas atividades agrícolas e pecuárias que resultem na melhoria da qualidade de vida da população”, justificava o texto do decreto presidencial 8.447.
O PDA envolve todo o estado do Tocantins, e parte dos estados do Maranhão, Piauí, e Bahia – a sigla Matopiba vem das iniciais dessas quatro unidades da federação brasileira. Cerca de 90% da área delimitada para esse projeto faz parte do bioma Cerrado.
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Esse evento é apoiado pela Cáritas Piauí, Federação dos Agricultores Familiares do Estado do Piauí (FAF-PI), FIAN Internacional, Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Estado do Piauí (FETAG-PI), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), Obra Kolping, Cooperativa de Produção e Serviços de Técnicos Agrícolas do Piauí (Cootapi) e Associados, Coletivo Antônia Flor, Movimento Indígena do Piauí, e Coletivo dos Povos e Comunidades do Cerrado do Piauí.