Povos e comunidades tradicionais do cerrado no Piauí participam de audiências públicas com o Interpi
Mais uma vez os povos do cerrado organizados se mobilizam e exigem o direito à regularização de suas terras, durante audiências públicas realizada nesta terça feira (22) com o Instituto de Terras do Piauí-INTERPI. De forma presencial, em Teresina, e em formato virtual esses povos se reuniram com representantes do órgão denunciando e reforçando as demandas de regularização fundiária de suas terras.
Os problemas existentes nessas comunidades são de conhecimento do INTERPI através ofícios enviados e mesmo em momentos presenciais, entretanto, a instituição não deu celeridade aos trabalhos necessários, facilitando assim o agravamento dos conflitos
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Estiveram presentes na audiência representantes das comunidades, territórios sindicato, sindicatos e associações, o diretor geral do INTERPI, Rodrigo Cavalcante, o diretor de operações Leonel Lima, a diretora de povos e comunidades tradicionais Rosymaura Duarte, e ainda os agentes da Comissão Pastoral da Terra no Piauí.
Durante o momento um documento reivindicatório das comunidades foi entregue ao diretor do Interpi, Rodrigo Cavalcante, denunciando as violações de direitos existentes e exigindo a ação do Estado na defesa da terra e dos modos de vida dessas famílias brejeiras, ribeirinhas e agricultores familiares, “nós viemos aqui hoje tirar um compromisso, … porque nós conhecemos a nossa história e a nossa necessidade, mas tem coisa que só o Estado pode fazer” reforça, José Expedito, líder comunitário do Assentamento Flores.
“Vamos acompanhar as comunidades e fazer o levantamento da documentação é apuras os possíveis casos de infração em relação as terras envolvendo as comunidades do território Morrinhos/Boa Vista”, relatou Rodrigo.
As audiências de hoje foram realizadas em duas vertentes, uma em formato virtual com as demandas da região do cerrado de Bom Jesus e do Coletivo de Povos e Comunidades tradicionais do cerrado e outra no formato presencial que aconteceu na sede do Interpi, em Teresina, com as comunidades da região de Uruçuí.
A audiência de hoje, em Teresina, é um encaminhamento do encontro “Regularização Fundiária: Direito Prioritário para as Comunidades” ocorrido nos dias 21 e 22 de julho no território Morrinhos/Boa Vista, em Uruçuí-PI. Este território compreende 15 comunidade com mais de 100 famílias que vivem há gerações cultivando os seus modos de vida em harmonia com a Mãe terra e há mais de 20 anos sofrem com a chegada e o avanço do agronegócio que gera violência, ameaça de expulsão, contaminação por agrotóxico e inseguranças com a grilagem de terras pelas fazendas de soja da região.
É urgente a ação concreta do Estado na recuperação e atualização dos processos, documentos e informações já existentes e sobretudo, no andamento da titulação definitiva das terras para as comunidades.
Texto e imagens: CPT Piauí