Os filhos das Nascentes do Cerrado, cuidam da terra,
das águas e fazem brotar a Vida no Piauí!!!
Ohhh! Mãe natureza, aceitai nós aqui chegar!! Banhados pelas águas sagradas e as bênçãos dos encantados do povo indígena Akroá Gamella, povos tradicionais do cerrado do Piauí realizam o 5º encontro das comunidades e reforçam seu lema:” Insistir e resistir no direito de existir”. O encontro deu início com um ritual indígena, onde entoaram o canto à Mãe Natureza e pediram licença aos seus encantados para ali estarem e vivenciarem esses dias de encontro, partilha, fé e resistência.
Durante os dias 5 a 7 de julho, o Território Indígena Morro D’agua da Gruta Município de Gilbués, foi palco do 5º Encontro das Comunidade. Mais de 100 pessoas estiveram reunidas celebrando a riqueza e a diversidade dos povos e comunidades tradicionais que habitam no coração do Cerrado do Piauí. Três dias de trocas de experiências, aprendizados, reflexões e celebrações em torno de suas culturas, tradições e resistências comuns, um momento de fortalecer as redes de solidariedade e cooperação, compartilhar sonhos e saberes ancestrais e construir juntos um futuro mais sustentável e justo para todas as comunidades do cerrado do Piauí.
Os alimentos partilhados pelas coletivo ficaram expostos em um “altar das sementes” enaltecendo as produções orgânicas e agroecológicas das comunidades, um símbolo da resistência do grupo frente ao agronegócio que os cerca.
Ao longo do encontro foi possível discutir os desafios da regularização fundiária, um passo crucial para garantir a segurança e o futuro dos territórios tradicionais no cerrado no estado. As pessoas e os territórios do cerrado no Piauí seguem sendo ameaçados por grileiros e fazendeiros do agronegócio, Nonata Pessoa, ribeirinha brejeira do território Barra da Lagoa em Santa Filomena -PI reforça que a organização desses povos e comunidades em Coletivo vem sendo a força que os mantem de pé, insistindo e resistindo no direito de existir nas terras que vivem há gerações: “se não fosse o coletivo, talvez a gente não estivesse mais na nossa comunidade, é através dele que a gente consegue alguma resposta positiva para o nosso território.”
Outro ponto importante foi a criação de uma associação para a criação de uma Escola das Nascentes, um projeto educacional inovador, que visa preservar as tradições e promover a continuidade dos modos de vida das comunidades e territórios do cerrado através da educação. A juventude presente no encontro se manifestou sobre a importância desse espaço para a continuidade da vida nos territórios:
“…a formação dos jovens na escola família agrícola irá contribuir na defesa e conservação ambiental para as futuras gerações. As questões culturais e tradicionais, além da formação técnica, irá permitir a construção de uma consciência política para que estes jovens, deem continuidade a resistência e luta por seus territórios…”
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Três novas comunidades chegam pra somar a luta do coletivo, Quilombo Limoeiro, comunidade indígena Jacú, e o Assentamento Violeto, ampliando a força da organização e a voz dessas pessoas que sofrem as mesmas opressões, e juntas, se fortalecem na mesma luta.
Entre os presentes no encontro estiveram quilombolas, ribeirinhos, brejeiros, indígenas, trabalhadores e trabalhadoras rurais, agentes da pastoral da terra, representantes do governo do estado e sindicatos parceiros.
Nessa jornada de valorização e conservação das tradições do patrimônio cultural e ambiental, o Coletivo de povos e comunidades do cerrado reafirma seu lema e continua a “Insistir e Resistir no Direito de Existir.”
veja mais imagens do 5° Encontro do coletivo de comunidades e povos do cerrado do Piauí.