Na tarde dessa quinta feira, 14 de Janeiro, Adaildo José Alves da Silva, indigena Gamela, trabalhava na sua roça enquanto sua companheira fazia o jantar no território Morro D’água, municipio de Gilbués-PI e por volta das 16h foram surpreendidos por uma ordem de despejo de autoria do juiz da Comarca de Gilbués. Bauer Souto dos Santos autor da ação, chegou na comunidade com a presença de um oficial de justiça acompanhado de policiais militares e outras pessoas. Chegaram na casa de Adaildo e impuseram-lhe o despejo. Ainda houve a destruição de cercas e retirada dos bens da casa da família.
“Eu tava na roça trabalhando quando escutei minha mãe gritar, passou tres caminhonetes: a polícia militar, o Bauer mais a filha, um oficial de justiça … e outros que eu não sei quem são. Eles trouxeram a ordem de despejo do juiz e eu fui obrigado a assinar. Acontece que isso foi de repente e eu não tenho como sair hoje de dentro da minha casa por causa das minhas coisas, mas eles disseram que tinha que desocupar hoje mesmo e que o oficial de justiça e a polícia ia ficar lá até sete horas e ai eu deixei meus meninos arrancando tudo lá pra levar pra casa da minha mãe, a gente ja tava fazendo até a comida, já eram quatro horas, ai teve essa desordem lá.
Eu faço um apelo as autoridades e as leis federais que tomam de conta dessa parte, os juízes, pra ver qual o lado positivo… e como eu vou levar minhas coisas de uma hora pra outra se eu não tenho nem caminhonete nem caminhão?
Agora eu vou perder a mandioca, o feijão, eu não entendi não. Fica meu apelo para as leis , autoridade e amigos, advogados do Brasil, pra Funai, pra todo mundo.”
Adaildo José Alves da Silva
Nesse momento deixamos o desabafo de Adaido José diante do ocorrido. Em breve divulgaremos mais informações.
Ainda na noite do dia 14 de janeiro uma galpão de trabalho próximo a casa do indigena Adaildo foi incendiado como forma de reprimir e coagir a família que foi despejada.
Assita ao vídeo:
Casa incendiada após despejo de família indígena
Comissão Pastoral da Terra