Água. Elemento natural e essencial à vida na Terra. Todos os anos a ONU-Organizações das Nações Unidas no dia 22 de março, lembra a importância da água e enfatiza os cuidados com as práticas de uso da mesma. Nesse ano o dia Mundial da Água tem como tema “A resposta está na natureza” buscando alternativas sustentáveis de uso da água, baseado em estratégias que focam na gestão dos recursos hídricos pela capacidade de armazenamento e limpeza realizada pela própria natureza.
O dia mundial da água cumpre o papel de alertar a população internacional sobre a importância da preservação para a existência vida. “Até mesmo as grandes empresas responsáveis pela destruição do meio ambiente, celebram esse dia. No entanto, o que vemos é a destruição da natureza diariamente e a água cada vez mais escassa ameaçando a vida do planeta”, afirma Gregório Borges, coordenador da Comissão Pastoral da Terra-PI.
Esse ano acontece em Brasília entre os dias 18 a 23 de março o 8° Fórum Mundial da Água, organizado pelo Conselho Mundial da Água. Fazem parte desse conselho grandes grupos econômicos, usuários, defensores da privatização da água e dos serviços públicos da água.
Paralelo a isso, organizações e movimentos sociais de todo o mundo que defendem a água como direito elementar à vida realizam o FAMA 2018 – FORUM ALTERNATIVO MUNDIAL DA ÁGUA, também em Brasília na mesma data, numa tentativa de contrapor o objetivo principal das grandes corporações participantes do Fórum Mundial da Água, a privatização das reservas e fontes de água tornando-a mercadoria. A água como mercadoria torna-a inacessível para muitas populações aumentando assim, a exclusão social, a pobreza e os conflitos por água no mundo.
Os números do consumo de água no planeta são adiscrepantes e asssustadores , a água é usada para fins comerciais pelas grandes empresas fazendo com que a distribuição e a escassez sejam agravadas ainda mais. Segundo a ONU, cerca de 663 milhões de pessoas no mundo não têm acesso a fontes adequadas de água, 946 milhões praticam a defecação ao ar livre, a gestão publica, sobretudo no Brasil, não prioriza o investimento em esgotamento sanitário e higiene, fato que tem relação direta na saúde pública dos pais e do mundo.
São esses e outros os números que provam a total exclusão social de muitos povos, o uso da água como mercadoria gera e agrava os conflitos criando guerras. Segundo o Papa Francisco, por meio da encíclica Laudato Si, afirma: “É previsível que, frente ao esgotamento de alguns recursos, seja criado gradualmente um cenário favorável para novas guerras, disfarçadas de reivindicações nobres(…). Enquanto a qualidade da água disponível está em constante deterioração, há uma tendência crescente em alguns lugares de privatizar este recurso limitado (…). Espera-se que o controle da água por grandes empresas globais torne-se uma das principais fontes de conflito neste século”.
A Comissão Pastoral da Terra apoia, participa do FAMA e defende o direito da água como bem comum social, a garantia da inclusão e justiça socioambiental e a qualidade de vida de todos os povos da terra e das águas. E que esse dia 22 de março se transforme nos 365 dias do ano, defendendo a natureza e buscando reconstruir a natureza para que renasça a vida que o homem vem matando com sua prática nociva e perversa.
Teresinha Menezes – Equipe de Comunidação CPT PI
Imagem: Luciana Resplandes