A Comissão Pastoral da Terra do Piauí (CPT-PI) vem a público denunciar novamente a violência no campo sofrida pelos guardiões da terra e da água no cerrado piauiense. Desta vez no Território Brejo do Miguel, município do Gilbués-PI.
O Território Brejo do Miguel, trata-se de uma comunidade Tradicional Ribeirinha Brejeira localizada as margens do Rio Uruçuí Vermelho, do Brejo Miguel e da Lagoa dos Martins. As famílias deste território vivem por meio da agricultura camponesa, do extrativismo e criação tradicional dos animais.
No dia 02 de Outubro de 2019, sete homens a serviço do Senhor Evaldo Lobato estiveram no Brejo do Miguel construindo uma cerca dentro da área de roça de Antônio Batista Rodrigues. Derrubaram a cerca que a comunidade havia levantado e passaram uma outra cerca dentro da área
Histórico do conflito:
Desde 2016 o território Brejo do Miguel tem sido impactado por empresas que avançam nas áreas da comunidade, impedindo a reprodução do modo de vida desses povos. Em 2017, uma das empresas cercou os gerais usado pelas famílias para criação do gado.
Este ano, desde o mês de Junho o Sr. Identificado como Evaldo Lobato, ex- prefeito de São Gonçalo do Gurguéia entrou na comunidade alegando ter comprado uma área dentro do território. Inicialmente, o mesmo fez aceiros. No dia 03 de Setembro de 2019, retirou madeira e levava arames para construir novas cercas dentro do território da comunidade. E ontem, 02 de Outubro de 2019, houve a derrubada da cerca por sete homens, destruindo cercas e roças da comunidade.
Vale ressaltar que essas famílias ocupam tradicionalmente esse território, desde os seus antepassados, constroem a soberania e a segurança alimentar, produzem alimentos com responsabilidade social e ambiental.
Diante disso a CPT Piauí juntamente com as famílias do território enviaram oficio ao Ministério público Federal em Corrente-PI exigindo a intervenção, em caráter de urgência, garantindo a integridade e a proteção das famílias e ações que possam por fim no conflito.
Além disso, repudiamos o descaso e exigimos o tratamento devido dos órgãos de segurança pública, garantindo os direitos das famílias envolvidas.
Foto: Leticia Luppi