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O objetivo da campanha é alertar trabalhadores e trabalhadoras, sobretudo rurais, sobre os riscos do trabalho escravo contemporâneo no Piauí, prevenir e denunciar. Em 2021, o Brasil ultrapassou a marca de 1.800 pessoas resgatadas da situação, maior número desde 2013, de acordo com os dados da CPT Nacional- (Comissão Pastoral da Terra). Entre as principais vítimas, estão homens negros, com idade entre 18 e 34 anos, analfabetos ou com pouca escolaridade, que pararam de estudar ainda no ensino fundamental. O trabalho escravo contemporâneo, portanto, continua tendo cor e classe, e se beneficia da vulnerabilidade social, acompanhando o difícil acesso à educação e a deterioração das condições econômicas. Essa realidade acontece em todo o país. Muitos trabalhadores piauienses deixam o estado à procura de melhores condições de vida e caem na armadilha da escravidão contemporânea. Com a pandemia e o agravamento da crise econômica, muitos dos trabalhadores que já haviam retornado aos seus municípios de origem, voltaram aos grandes centros urbanos em busca de trabalho e se depararam com a exploração. No Piauí, em 2021, foram registrados seis casos e 41 trabalhadores em situação análoga à escravidão foram resgatados. Dentre estes, estavam duas mulheres e dois adolescentes. Em função desta realidade perversa, nasce a campanha ‘FIQUE ESPERTO! TRABALHO ESCRAVO AINDA EXISTE!’ Promovida pela Comissão Pastoral da Terra, por meio de comissões formadas por agentes, jovens, trabalhadores e trabalhadoras rurais das cidades de Barras, Currais, Porto e União. Também em parceria com o instituto Ubíqua e com apoio da Brucke Le Pont. Uma campanha pensada e elaborada por pessoas de comunidades rurais, que vivenciam a realidade do trabalho escravo e que atuam em seus municípios no enfrentamento à essa prática, em prol da vida e do bem viver. Trabalho escravo é crime e fere a dignidade da pessoa humana. DENUNCIE!