Quem Somos
HISTÓRICO/CONHECENDO A CPT
Durante a ditadura militar, em meio ao aumento da violência no campo, trabalhadores rurais, posseiros e peões vivenciaram, sobretudo na Amazônia, situações de exploração em seus trabalhos. Eram submetidos a condições análogas à escravidão e expulsos das terras em que ocupavam. Diante do cenário, é proposta, em 1975, em meio à um encontro de Bispos e Prelados na cidade de Goiânia/GO, a criação da Comissão Pastoral da Terra no Brasil, como resposta à grave situação vivida pelos trabalhadores e trabalhadoras do campo.
Esse trabalho ganhou corpo, reconhecimento e, em 1979, alguns lavradores, lavradoras e agentes de pastorais do Piauí iniciam um processo de resistência local, que se instaura não só por todo estado, mas em muitas partes do território brasileiro. A CPT surge no Piauí e no Brasil como um serviço fraterno e solidário junto aos povos da terra, das águas e das florestas.
A pastoral nasce vinculada à Igreja Católica e ligada ao serviço de caridade, justiça e paz da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), mas logo adquire caráter ecumênico. Assim, a CPT segue com o objetivo de contribuir com a cidadania, e a formação e organização dos povos do campo na busca de uma sociedade mais justa, fraterna, diversa e equitativa, onde a vida seja verdadeiramente respeitada.
Missão
Convocada pela memória subversiva do Evangelho da vida e da esperança, fiel ao Deus dos pobres, à terra de Deus e aos pobres da terra, ouvindo o clamor que vem dos campos e florestas, seguindo a prática de Jesus.
- A CPT quer ser uma presença solidária, profética, ecumênica, fraterna e afetiva, que presta um serviço educativo e transformador junto aos povos da terra e das águas, para estimular e reforçar seu protagonismo.
- A CPT reafirma seu caráter pastoral e retoma, com novo vigor, o trabalho de base junto aos povos da terra e das águas, como convivência, promoção, apoio, acompanhamento e assessoria:
- nos seus processos coletivos: de conquista dos direitos e da terra, de resistência na terra, de produção sustentável (familiar, ecológica, apropriada às diversidades regionais);
- nos seus processos de formação integral e permanente: a partir das experiências e no esforço de sistematizá-las; com forte acento nas motivações e valores, na mística e espiritualidade;
- na divulgação de suas vitórias e no combate das injustiças; sempre contribuindo para articular as iniciativas dos povos da terra e das águas e buscando envolver toda a comunidade cristã e a sociedade, na luta pela terra e na terra; no rumo da “terra sem males”.
Visão
Ter acesso a um mundo mais justo e solidário, com Terra, Água, trabalho e vida digna para comunidades e territórios, onde trabalhadores e trabalhadoras rurais são protagonistas de suas próprias histórias.
Valores
- Espiritualidade fraternidade solidariedade
- Justiça, dignidade, cidadania,
- Respeito a diversidade e ao meio ambiente,
- Honestidade, perseverança, transparência
Objetivos
Contribuir com os povos do campo na luta pelo acesso à Terra, Água e direitos na construção de uma vida digna, rumo ao bem viver.
Eixos de Atuação
MIGRAÇÃO E TRABALHO ESCRAVO
Contribui na organização dos trabalhadores e trabalhadoras rurais contra o aliciamento, a superexploração de trabalho e a escravidão contemporânea, através da denúncia de violações e reinvindicações de políticas públicas, visando a garantia de direitos, da terra, do trabalho e da educação.
TERRA E MEIO AMBIENTE
Defende a conservação ambiental, o bem viver com a natureza e a permanência dos povos em seus territórios, através de violações de direitos, ameaças e impactos socioambientais causados pelo agronegócio, pela mineração, construção de barragens, entre outros. Também contribui na organização e fortalecimento das comunidades impactadas pelos grandes projetos. sensibilizando e mobilizando a sociedade pela valorização da vida.
Institucional
Desenvolvimento Institucional
Visa o desenvolvimento da organização, por meio da formação sistemática de agentes, da estruturação das equipes de trabalho e da visibilidade dos temas desenvolvidos, além de manter a relação com os parceiros afins.
O que apoiamos?
- As lutas dos povos da terra, das águas e das florestas pelo direito real do uso das terras e territórios públicas por eles ocupadas;
- A reforma agrária e agrícola;
- O combate ao aliciamento e ao Trabalho escravo;
- O trabalho digno e legal.
- Os atingidos por barragens pelo direito a nova terra e melhores condições de vida;
- A luta dos posseiros, brejeiros, quilombolas e indígenas para conquistar o título definitivo de sua terra;
- O resgate da identidade, espiritualidade e cultura camponesa, indígena, quilombola;
- O protagonismo dos trabalhadores e trabalhadoras do campo;
- A conservação do meio ambiente, das águas, das nascentes, dos mananciais;
- A organização dos trabalhadores e trabalhadoras e a participação destes, em conselhos, comitês, fóruns e outros.
- A luta contra a violência e impunidade
- O direito dos jovens, das mulheres e sua participação na sociedade;
- O direito a alimentação saudável e a segurança alimentar
- Vivência solidária junto aos trabalhadores e trabalhadoras e o bem viver
EIXOS TRANSVERSAIS como Espiritualidade, Formação, Cultura e Gênero:
As temáticas devem estar presentes no cotidiano das atividades desenvolvidas pela CPT. Quanto às relações de gênero, considera-se que ações possam contribuir para a desconstrução do preconceito e machismo nas relações entre homens e mulheres. Ressalta-se que as questões de gênero não referem-se apenas às relações desiguais entre homens e mulheres, incluem também a especificidades dos sujeitos, compreendendo que questões de classe, raça e sexualidade perpassam essa discussão
O que queremos modificar nesta realidade que repudiamos?
- A grilagem e especulação de terras
- A violência e os conflitos de terras provocados pelo agronegócio, mineração e outros grandes projetos de desenvolvimento;
- O Trabalho Escravo e trafico de mulheres e de órgãos;
- Exploração do trabalho infantil e sexual;
- A violência contra a mulher e pessoas LGBTQIA+;
- Desigualdade social;
- A fome
- A intolerância religiosa e étnica?
- O uso desregulado de agrotóxicos;
- A flexibilização das leis trabalhistas?
- A criminalização dos movimentos sociais